Anteontem eu acordei cedo, e como uma boa pobre, eu fui trabalhar. Chegando lá, foi tudo tranquilo, até que lá pelas 10:20 as luzes e o computador se apagam. Queda de luz. Ah, que maravilha ein, eu com saidas por fazer e gente pra entrar no hotel e a luz cai, que beleza de domingo.
Nota 1: Quando cai a luz aqui no hotel, o sistema cai, o telefone cai, as cameras de vigilancia caem. E pra restaurar isso, tem que ser alguem responsável pela informatica, que por acaso não fica contente quando você liga pra ele (em pleno domingo) pra dizer que a luz caiu e o sistema está fora do ar. E não se pode fazer nada além de ler revistas e pensar na vida.
E ai eu começei com aquele maldito instinto de fazer alguma coisa pra passar o tempo, já que sem luz eu não tenho muitas opções... Conversei com as camareiras, perambulei, dei risada, e mesmo assim o tempo não passava. Aí, lá pelas 11:20 a luz voltou. Aleluia! Aleluia é o cacete, a luz voltou, mas continuei sem internet. Aí só o que me restou foi ver filme no notebook, porque pelo menos se acabasse a bateria eu poderia ligar na tomada né?!
Tudo bem, a tarde foi passando e chegou a hora de ir pra casa, qando era 18:30 o Marcelo me liga e fiz que tá vindo me buscar de moto. A principio eu fiquei assustada, porque ele nunca tinha tentado me buscar de moto desde que tirou a carteira, mas depois fiquei feliz, porque ele tinha criado coragem de pegar a moto e sair, ainda mais pra me buscar.
Ai ele chegou, coloquei meu casacão de inverno (não tava tão frio assim, mas eu sou friolenta ^^), apertei o capacete e a mochila e subi na moto, e fomos indo. Pegamos a beira mar, e eu admirando a paisagem e tal, ficava com um pouco de medo nas curvas, porque percebi que o Marcelo estava fazendo elas um pouco abertas, tava com receio de inclinar a moto nas tais curvas.
Quando chegamos na rodovia principal do Rio Tavares, os carros começaram a apertar e o Marcelo se obrigou a subir um pouco a velocidade, e estava indo bem, faltava uns 10 minutos pra gente chegar em casa. Chegamos na curva de entrada pro meu bairro, equando começamos a chegar perto, vi que a moto estava um pouquinho rápida demais e que não ia vencer a curva, e não deu outra. A hora que o Marcelo puxo a moto pra ela virar, tinha areia na pista e a moto foi pra chão.
Me lembro de cada segundo, do Marcelo gritando "Ai caralho!", do meu corpo caindo lateralmente e da areia e da poeira subindo conforme a moto deslizava. Eu cai no meio da pista, e por sorte não tinha nenhum carro vindo. Levantei e corri pro canteiro onde o Marcelo tinha caido e já tava dizendo: "Amor voceta bem? Laura Voce ta bem? Amor! Amor!" e eu bem de boa cheguei perto dele e disse que tava tranquila. Na verdade eu tava com um belo raladão na perna direira e meu braço direito tava doendo um pouco, mas pra não deixar ele ainda mais assustado eu fiquei bem quieta. Nesse momento já tinha um pessoal parando pra ver o que tinha acontecido, e então eu vi o celular do Marcelo caido no canto da pista, catei ele e ja disquei 193 e chamei os bombeiros, o bombeiro que me atendeu me escutou e depois ficou mudo, e eu não sabia se ele tinha entendido meu recado, e depois a ligação caiu.
Nisso o Marcelo já tava ali no chão gemendo e dizendo "Nunca mais vo anda de moto... Ahhh Que dor! Nunca mais vo andar de moto..." e eu dizendo "Calma amor, te acalma que pelo menos a gente tá vivo!". Depois chegou uma viatura da Policia Militar e disse que já tinham ouvido o chamado do Bombeiro pelo rádio, e que já tinha uma ambulância vindo. Foi simplesmente impressionante, como eu consegui manter a calma e minhas plenas faculdades mentais, meu coração nem sequer acelerou, e quem olhasse não dizia que eu tinha acabado de sofrer um acidente, parecia mais que eu tava sentada procurando formas nas nuvens numa tarde de primavera.
Passaram uns minutos e a Policia Rodoviária Estadual chegou e começou a verifcar o acidente e tal, aqueles procedimentos de praxe, pegaram os documentos pra conferir, fizeram aquela papelada que eu não sei o nome e blá blá blá. O pessoal que tinha parado pra ajudar foi embora e chegou um pessoal de moto, que ajudou a gente a levantar a nossa moto, e depois também foram embora. Então o pessoal dos Bombeiros chegou e atenderam o Marcelo primeiro, ele tava bastante desesperado, tremendo muito, e realmente tinha uns cortes mais profundos que eu. Depois um dos bombeiros veio e cortou um belo pedaço da minha calça (por sinal novinha em folha) e depois cortou bem no meio a outra perna da calça, fazendo um belo estilo country cortado no lugar errado...Quase perguntei pro cara se eles não tinham vontade de ser estilistas! Hahahaha!
E ai então veio outro problema: Levar a moto pra casa. Eu falei que levava, empurrando e tal, e eles iam levar o Marcelo pro hospital, mas ele não quis me deixar indo sozinha porque já tava escurecendo (ai que fofo *-*). Ai os bombeiros terminaram de atender, os policiais também, e nós pegamos a moto e saimos andando empurrando a moto em direção ao meu bairro. A caminhada era longa, muuito longa, e umas pessoas se ofereceram pra ajudar, mas a gente foi recusando. Até que um casal ofereceu pra "rebocar" a moto, amarrou uma corda na moto e uma no reboque do carro dele, e o Marcelo subiu na moto e foi guiando, e eu fui no carro com eles.
Dai fomos indo, volta e meia a corda enrolava e meu coração quase parava, mas conseguimos chegar lá, e ai eu disse pro cara parar na frente da Igreja que tinha logo em seguida, que a gente continuava a partir daquele ponto. A gente parou e começou a desamarrar a corda quando de repente para um Palio e uma caminhonete preta e desce o meu tio, dizendo que alguém avisou na igreja que alguem que conhecia ele tinha se acidentado e tava vindo, sendo guinchado por um carro.
Nota 2: Em algum momento das muitas conversas com o pessoal que parava pra ajudar, eu citei o nome do meu tio.
Meu tio ficou bem desesperado, porque não esperava que os acidentados fossem nós dois! Mas eu tava rindo e brincando um monte, e ai ele viu que a gente tava legal. Fui com o tio de carro até na casa dele pra pegar o carro dele e ir no hospital, e o Marcelo foi empurrando a moto até em casa. Minha tia ficou meio desesperada quando me viu chegando com a perna toda ralada e ensanguentada, e minha prima trocou de roupa correndo pra ir com nós no hospital.
Chegando lá no hospital (policlinica na verdade) a gente se registrou e depois ficamos esperando, e esperando e esperando, e quase meia hora depois fomos atendidos. O Marcelo foi primeiro, o cara olhou como ele estava e mandou ele subir no 1º andar pra tomar injeção e pegar um remédio, e eu fui logo depois na mesma situação. Tomamos injeção na veia e depois fomos pra casa.
Obriguei minha prima a ir lá em casa servir de enfermeira pra nós. Ela ajudou na minha seção de sadomazoquismo, quer dizer, ela ajudou a lavar meus ferimentos com agua e sabão. Bicho, eu quase pari um filho de tanta dor, quem ouvia meus gritos devia achar que eu tava sendo exorcisada. Achei que sofrer um acidente doia, me enganei, dói é lavare tratar os machucados depois do acidente, dói dormir sem poder virar de lado, dói não coseguir dobrar nem esticar muito a perna, essas coisas sim é que doem e por sinal doem muuuuuito!!!!
Emfim, ontem eu e o Marcelo estávamos dando risada juntos, de ver nós dois sentindo as mesma dores e por causa do mesmo problema. Por isso eu digo: Moto, curva e areia formam uma mistura perigosa!!! E quando um acidente assim acontece, é importante manter a calma!!
Beijosss!
Laura